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Falem mal, mas falem de mim. E bem...

/ Geral
Rogério Vidmantas

Marco Antônio Tavares

Vice-Presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS)


Marco Tavares é vice-presidente e diretor de competições da FFMS (Foto: Arquivo Pessoal)

Críticas são aceitáveis e normalmente são absorvidas por quem ocupa um posto de relevância na sociedade, apesar do incômodo que algumas causam, quando não são construídas por dados ou observadas algumas linhas de respeito a quem são dirigidas.

Ao planejarmos as competições esportivas, especificamente aqui, as de futebol, que somos responsáveis, elaboramos um programa de ascensão atlética e de números de participação, em clubes e por consequência de atletas.

Em 2022 foram organizadas quatro competições nas categorias amadoras (Sub-13, Sub-17, Sub-20 e feminino adulto), o que constituiu a participação de 35 equipes e a presença de 1.050 jogadores e jogadoras. Em 2023, esses números mais que dobraram, chegando a 82 equipes participando das competições e nos campos atuando cerca de 2.460 atletas de ambos os naipes ou gêneros. Quando abordamos as competições profissionais em 2021 temos 14 equipes com a geração de 420 empregos, já em 2023 foram 17 equipes com 510 jogadores, complementados pelas comissões técnicas.

Geração de empregos

Além da oportunidade de entretenimento que o futebol leva às pessoas, o fator de geração de renda deve ser considerado. No Campeonato Sul-Mato-Grossense, são criados 510 empregos para jogadores, com a soma das comissões técnicas com 119 profissionais, totalizando 629 vagas. Ainda de forma indireta, com a participação de gandulas, maqueiros, seguranças, bilheteiro, catraqueiros, pipoqueiros, ambulantes e outros, com 80 partidas disputadas teríamos mais 2.250 empregos gerados. Sem contar cronistas esportivos de diversas mídias que cobrem a competição.

Nesse item, segundo dados da Agência de Notícias de MS, nosso Estado ficou em 2023 na 15ª colocação no país, sendo que no setor de serviços foram criadas 12.333 vagas, seguido pelos setores da agropecuária, indústria, construção e comércio, o que colocaria o futebol como a sexta maior área de geração de empregos. 

Geração de sonhos

Em relação às categorias de base, não podemos focar na geração de emprego, pois muitas das comissões técnicas não são remuneradas. Os atletas, poucos recebem uma ajuda de custo, ficando mesmo por conta do “pai-trocinador” as despesas de manutenção desses jovens e adolescentes nas equipes. 

Mas, diferente de outras modalidades, desde cedo, a família acredita que seu filho será um grande jogador, um craque, fenômeno, gerando expectativa de sucesso e riqueza e muitos pagando caro por isso.

Quando começar a jogar com regras e estabelecer a competitividade que o futebol gera? Na categoria Sub-11, Sub-9? As competições fora do sistema do futebol (FIFA, CBF e FFMS) são oportunidades de aparecimento de armadilhas de falsas promessas. Pais que pagam com a promessa de que seus filhos participem de testes em grandes clubes, com olheiros sem escrúpulos, tem se multiplicado no mundo da bola.

Já nas cinco competições amadoras por nós promovidas, todas estabelecem regras claras de registro e transferência. As equipes que disputam a categoria Sub-13, os atletas inscritos no BID do CBFWEB são contemplados com um passaporte esportivo com todas suas participações a partir daí. Isso garante lisura e resguardando parte do valor de formação a seu clube de origem, se este vier a ser negociado com algum clube fora do Brasil, No ano passado, 330 garotos ingressaram nesse universo de garantia. 

Temos como princípio, adotar as mesmas diretrizes das disputas profissionais nas amadoras, como publicação de súmulas no site, envio de irregularidades à Justiça Desportiva e adotar nos estádios onde se realizam os jogos exigências extremas de comportamento, segurança e estrutura, diferenciando nossas competições.

Geração de expectativa

Uma projeção positiva para 2024 é o aumento no número de clubes e atletas. Os municípios do interior de Mato Grosso do Sul começam a entender a estrutura do futebol nacional e estadual, e com isso, se aproximam das competições formais de nosso sistema. Estamos buscando apresentar as reais possibilidades de se ter um clube formador no Estado. Apesar das intransponíveis barreiras financeiras que nos separam dos grandes clubes, nos organizamos na produção de bons jogadores, fornecendo ao mercado qualidade técnica, tática, física e mental, sem esquecer da cidadania.

O investimento em formação de profissionais, melhora, ano a ano, a qualidade de nossos jogadores, as estruturas de nossos clubes e, principalmente, a gestão das categorias de base. 

Temos um excelente produto, bastando apenas transformá-lo em negócio, uma central de networking. O futebol precisa adotar medidas de governança, compliance, marketing e ter um macroplan, estabelecendo mecanismos de controladoria, colocando-o em sintonia com os investidores. 

Fazer críticas é muito fácil, difícil é fazer futebol.


Futebol Sul-Mato-Grossense movimenta quase 3 mil atletas em todas competições (Foto: Marcelo Berton)
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